18 de novembro de 2011

Epifaniei


Meu âmago soprou uma epifania.
Recoloriu o mar
preencheu meu pequeno universo
petrificado em pétalas de marfim.

by Nina

21 de outubro de 2011

Otimismo [bilhete 4]


Esse quarto bilhete é pra você, Clarice, que andou sumida por um tempo e resolveu aparecer na última quinta-feira. Fiquei surpresa com a sua chegada, ainda mais com a sugestão que me destes: falar sobre o OTIMISMO. Não sei porque, mas a ideia de escrever sobre o dito 'sentir-se satisfeito com o que o universo nos dá', talvez, soe como algo do tipo “auto-ajuda”. Todavia, acredito que queres tirar de mim mais do que isso. Pois bem, aceito o desafio! Afinal de contas, a positividade é um estado de espírito, não é?
Parece que adivinhou o meu sentir, Clarice. É curioso porque eu sei que as coisas não são e nunca serão fáceis pra mim, nem pra você, nem pra ninguém, mas por vezes, sinto-me pequena demais nessa terra de gigantes. Confesso, em contra partida, que por trás da impotência que sinto, há um sentimento que me levanta, me sacode, não me deixa cair e me impulsiona a seguir em frente. Nas tentativas de superação dos dias traiçoeiros que parecem massacrar, tenho usado como arma, uma estranha esperança de dias melhores. Seria o otimismo esse navegar contra a maré?

by Nina

2 de setembro de 2011

Impotência [bilhete 3]

Minha cara Clarice, este é o terceiro bilhete que escrevo-lhe. Sei que podes me ouvir, então falo baixinho.
Nos últimos meses, tenho sentido uma das piores sensações em minha vida: a inutilidade! Essa maldita impotência tem tomado conta de minha vida. É como se o meu dia fosse uma folha de papel em branco e no fim do expediente eu a amassasse por completo e jogasse no lixo. Rasguei o meu dia, o amassei, joguei fora! Esse não-fazer tem aniquilado cada dia de minha semana. Alguma vez já se sentistes assim, Clarice?

by Nina

19 de agosto de 2011

Vendaval

(imagem: google)
 
As folhas secas desprendem-se das árvores formando um belo tapete aveludado no chão. O vento assopra e arrasta tudo para a praça mais próxima. Encurvo-me e consigo conter uma, duas, três vezes. Algumas vezes você. Penso comigo: Porque as folhas deixam as árvores, mas os galhos permanecem firmes e intactos feito a raiz? Não exite resposta!
Apenas sete-se e observe: Uma bela paisagem pode salvar o seu dia.
 
by Nina

7 de agosto de 2011

Cadê? [bilhete 2]

Falta tanta coisa, não né, Clarice? Na vida da gente, na dos outros, nesse mundão de nosso Deus e ah, comigo não ia ser diferente. Falta uma imensidão de respostas, uma imensidão de gente que se foi, falta tempo, falta coragem, palavras, ah, essas também me faltam. Falta isso, falta aquilo, aqui, ali, acolá e bum! Já tentei e confesso que ainda tento procurar todas essas coisas e tantas outras, mas elas parecem fugir loucamente de mim. Mas existem coisas que sobram como as dúvidas, a insegurança, o medo. Ah, esse bendito medo que chega a cegar. Você também é assim, Clarice?

by Nina

31 de julho de 2011

Algumas delas


Que vontade
de escrever
sobre a grama verde e molhada dos jardins.

sobre a inspiração das músicas.

sobre a minha essência
a minha infância.

sobre os traços.

sobre a paciência [e a ausência dela].

sobre as idades -a que verdadeiramente temos e a que o calendário nos dá-

sobre a regra e a exceção.

E depois,
colocar tudo em potinhos de sonhos,
observar
e me sentir mais segura [ou pelo menos achar que estou tentar].

by Nina
(imagem: google)

23 de julho de 2011

CONFESSO! [bilhete 1]

Sabe, Clarice, ontem pela noite eu estava a assistir aquela telenovela das oito. Julguei tanto a atitude daquela mulher. Eu gritei, apontei, cuspi na alma dela. Mas hoje à tarde eu compreendi toda aquela raiva. Confesso que julguei porque via nela um reflexo de mim. Em cada atitude, em cada gesto, em cada olhar. Eu me enxerguei nela, entende? Eu me via alí, no lugar dela. Muito mais fácil é julgar, admitir a fraqueza é tão doloroso, não é, Clarice?


by Nina

3 de julho de 2011

Do luxo ao lixo

Hoje eu acordei com uma vontade gigante de observar as cores. Resolvi caminhar um pouco, mas a cidade amanheceu um tanto que cinzenta. Vi dezenas de cérebros espalhados na calçada. Que desperdício de gente, pensei. Eu queria juntá-los e tirá-los de lá. Talvez um bar, um lar, ou qualquer outro lugar.
Mas e os livros? E o Machado? E a academia? E o carro novo? Não sei, não não sei onde estão. Acho que se perderam em meio a tudo isso. É que tudo o que sinto e que vivo é assim: sem freio. Sabe? Será que eu posso cristalizar essas sensações presas em minhas entranhas?

by Nina
[imagem retirada da internet]

3 de junho de 2011

Bilhete anônimo

Já passei por tantos lugares, moço.
Onde estão as minhas cartas marcadas?
As figurinhas repetidas?
E a mancha embaixo do tapete?
Confesse! Confesse!
Já já anoitece
e eu precisarei do meu quatro de paus.

by Janaína de Souza Roberto

(Imagem retirada da internet)

4 de maio de 2011

Controle


















Que vontade de controlar o tempo.
Segurá-lo em minhas mãos
e pará-lo.

Atropelar os minutos
e ir pro futuro.

Interromper momentos
segundos
horas
e paralisá-los.

Segurá-lo bem forte e
não permitir que ele saia do meu controle
como um dia se fez.

Tempo tempo tempo
que vontade de desfazer a ordem
quebrar os ponteiros
e viver sem você.

by Janaína de Souza Roberto
(Imagem retirada da internet)

4 de abril de 2011

Texto: Mera ilusão (publicação impressa)

           Queridos leitores, é com muita satisfação que os informo que foi publicado dia 10 de março de 2011 na coluna “Alô redação!”, situada na segunda página do Jornal Super Notícia, o texto “Mera ilusão” de minha autoria.
Segue abaixo digitalização do jornal.
        Ressalto ainda, que a versão on-line está disponível para visualização no link http://www.otempo.com.br/supernoticia/1clique/?IdEdicao=1321&IdNoticia=54453 .
Segue abaixo digitalização do jornal:

Abraços,
Janaína de Souza Roberto

9 de março de 2011

Engula essa saliva seca e amarga
e cuspa pra fora esse veneno gosmento.
Mas, por favor, não derrames em mim
toda essa sujeira impregnada em teu espírito.


by Janaína de Souza Roberto

24 de fevereiro de 2011

Uma parte do todo


Ando tão sem inspiração
Me sinto como se estivesse em marte ou júpiter
Em plutão ou netuno

Meus pés fora do chão
Tudo tão fora de lugar
Tudo tão sem cor

Preciso de você aqui
Pra não me sentir só.



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by Janaína de Souza Roberto
(Imagem retirada da internet)

2 de janeiro de 2011

Pra você


O que tínhamos?
Alguns sorrisos guardados no bolso
alguns abraços atrás daquele velho porta retrato.

Algumas lembranças que deixamos pra trás
e algumas que ainda pulsam dentro de nós.

Hoje eu trouxe pra você um pouco de esperança,
de luz
e sonhos.

Deixei naquela velha gaveta.
Abra e pegue o livro intitulado “2011”.
O lápis está dentro dele.

Boa sorte!!!
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Frase: Janaína de Souza Roberto
Imagem: Google