20 de dezembro de 2008

Noite



Debruço-me.
Daqui eu posso ver as estrelas cadentes,
e eu posso me ver. [como eu realmente sou]
Despi-me do medo.

Tudo parece girar.
Pequenas luzes refletidas, [do céu]
alguns poucos barulhos [da noite],
e o cheiro de terra que ficou. [depois da chuva]

Diferente...
Mas não tão distante assim.

Noite devidamente sedutora,
merecedora de um bom e velho vinho.

Um brinde, a felicidade.
Celebremos a simplicidade,
real, nua e crua presente aqui.

{Ouvindo: Coldplay – Shiver}

18 de dezembro de 2008

A busca



Hoje não é preciso entender,
abandonei os fatos.
Antes era preciso tocá-los,
senti-los, uni-los.

Logo, se tornou um
verbo abolido...
Da minha vida e do resto de mim.

Corria em direção do sol.
Para dançar com você.
Não estava!
Não, outra vez.

Eu posso suportar,
com dor.
Deixar de sentir o teu calor.
Aquele que me fazia existir!

Desisto,
resisto,
insisto! [na busca]
Obrigada por apenas ficar. [em meu coração]

{Ouvindo: Aqualung - Brighter Than Sunshine}

15 de dezembro de 2008

Platônica Paixão



Você já sentiu? [Eu pergunto]
...Não! [responde-me]
Pois é realmente possível! [respondo]
Aconteceu comigo.
[conversa ocasionada pela angústia]

Gostar sem ao menos ter tocado.
Se apaixonar sem ao menos ter falado.
Respirar e sentir a ausência sufocar.

É desejo que toma conta.
Falta que chega doer o peito.
É sentimento, um tanto enlouquecido.

Logo comigo? Oras, não acreditava mais em cupidos.
Em flechas... Disparadas assim, como esta.

E essa vontade louca de apenas ficar...
Veio e repousou, marcou como tatuagem.
Surgiu da sutileza de um olhar.
Que aparecia todas as noites.

12 de dezembro de 2008

Recomeço



Limpei as minhas lágrimas.
Por você, esqueço as antigas cartas e as flores.
Porque você é meu guia.
Me conduz para o seu horizonte.

Antes o meu prazer era te ver,
hoje é fazer parte de você

Escrevo pra vida. Escrevo pra você.
Escrevo pra espantar os demônios.
De dia, de noite, te olhando ou não.

Vejo o clarão...
Tropeço, caio no chão.
Ressuscita-me.

{Unindo os vocábulos perdidos ouvindo: Maria Rita – Tá perdoado}

11 de dezembro de 2008

Apenas um



Caminhei,
o vento parecia soprar em sentido contrário.
Deu-me as mãos.

Sim, era o novo! Não o deixei escapar!
Um longo abraço. Logo,
permitiu que eu enxergasse o sol.
Brilhava, feito olhos de criança!

A luz aqueceu meu corpo.
O calor me irradiou.
Meu corpo e o dele viraram apenas um.

Entrega.
Sensação.
Profunda, continua, constante.
Reciprocidade permanente!

{Ouvindo: Curumin – Vem menina}

3 de dezembro de 2008

Vôo perdido



Ele me puxou pelos braços
e levou-me pra ele.
Senti as minhas veias pulsando...
Sufocadas dentro de mim.

Senti frio, o calor invadiu-me.
Gritei, perdi a voz.
O vi e ele me cegou.

Voei pra longe!
Escrevi apenas para esquecer.


{Unindo os vocábulos perdidos ouvindo: O Teatro Mágico – Sonho de uma flauta}

P.s.: Voltei pra ficar, postagens constantes agora. [espero]

13 de novembro de 2008

Conversa muda



Olho para o infinito...
Bate-me uma saudade daquela praça.
Saudade de observar a conversa muda.
Aquele conjunto de sinais me imobilizava.

Parava, e olhava por horas.
Mesmo sem saber decifrar ao certo,
eu admirava.

A seqüência dos gestos me fascinava.
Com o tempo eu entendi seus significados
Compreendi que o que importa, verdadeiramente,
é enxergar a linha.

Linha que liga o próximo e o distante.
Uni a noite e o dia.
Aproxima a luz e a escuridão.

Estabelecendo aproximação.
Entre as palavras mudas e as sonoras.
Entre o meu mundo e resto de tudo.

O concreto e o abstrato permanecem juntos.

{Ouvindo: Scarceus – Sem heróis}

9 de novembro de 2008

Um passo



Dei um passo,
desvendei o teu mistério!

Flutuei por instantes e
encontrei a tua estrela.
Era colorida feito o mapa que você desenhou...
Azul, amarela, verde e vermelha!

A tua áurea brilhava, parecia me chamar...
Senti a tua energia que me enchia de luz.

Posso sentir a sintonia...
...Vem e leva pra longe a nostalgia.


Você sempre me inspira poesia.

{Ouvindo: The Bravery – Believe}

2 de novembro de 2008

Desejo ardente



Fantasiei cenas antes de adormecer.
Tentei desenhar teus traços.
Me aproximei, e beijei-te silenciosamente.

O vento trousse uma borboleta
que carregava uma pétala,
vermelha como sangue!

Junto de uma sensação
que me desafiava feito teu olhar.
Alí mesmo eu quis ficar!

E o meu desejo ardia,
inquieto dentro de mim.

{Ouvindo: Alanis Morissette – King Of Pain}

30 de outubro de 2008

Encontro


Surge como uma miragem...
Te vejo me perco.
Suspiro fundo e olho-te.
Como pode? Tira todo o meu ar com apenas um olhar.

Será mesmo possível?
Meus olhos buscam os seus,
o encontro é inevitável.

Me cega,
por instantes.
Te tenho,
Por segundos.

Seu olhar penetra surdamente,
exatamente como eu queria.

Enlouqueço-me calmamente.

{Ouvindo: Céu – Lenda}

-What a plump.

25 de outubro de 2008

Marcas cravadas no peito



Avisto uma rosa no topo daquela montanha,
me aproximo e ela chora sangue.
Sangue que escorre
manchando a minha alma.

Quando eu a toco me firo.
Os espinhos são afiados e profundos.
Deixam marcas.

Me afasto,
mas elas permanecem cravadas no meu peito.
Por fim, restam apenas as cicatrizes.


{Ouvindo: A-Ha – Velvet}
-Photo by me.

20 de outubro de 2008

O vazio da manhã



A leve brisa passa por mim
deixando apenas um abraço.
Ele me conforta.
Sinto-me segura.

Ouço a música que fala do cristal,
e as coisas parecem flutuar...
Eu me sinto forte,
e esqueço dos que me afligem.

Lembro-me apenas do cheiro da manhã,
e da manhã que era apenas você.

{Ouvindo: Keane - Cystal ball}

17 de outubro de 2008

Até onde você consegue ir?



Sabe os limites?
Guarde-os em uma caixa de sapatos e feche!
Deixe-os lá, no escuro, sozinhos.Sim!
Eles se educarão.

Um amor sem limites, será melhor!
Uma paixão desenfreada... Exagerada.
Assim como eu, e talvez como você.

Que seja inenarrável... (eu consigo?)
De dar cala frio...
Algo novo... Algo novo? Sim algo novo!
(eu sempre digo novo)

Voe longe como os pássaros,
Se modele, você é barro!
Se liberte como a borboleta.
Siga-as!

16 de outubro de 2008

Entre! Sente-se e tome um pouco de chá.



Tento achar respostas para perguntas que não sei,
Procuro coisas que já encontrei,
Olho para o que meus olhos não alcançam,
Acho graça do marasmo que o tédio traz.

Me perco no vazio,
Me perco no encontro,
E encontro-me no silêncio.

No teu silêncio confuso,
Sereno e barulhento!