Primeiro de janeiro, um céu
azul, um pouco de sono e um turbilhão de listas na cabeça. Desapegar,
organizar, desengavetar e blá blá blá... Prometi tantas coisas que acabei
ficando contra a parede. Fui até aquele corredor escuro, acendi a luz e dei de
cara com todos aqueles planos de 2016, 2015, 2014, 2013, etc, etc, etc.
Assustei.
Coloquei tudo na gaveta.
Respirei fundo...
Abri novamente.
Tantos sonhos, metas,
mudanças. Descobri que eu não era mais a mesma. Desengavetei uma antiga versão
de mim. Assusta, mas ao mesmo tempo dá um alívio danado no peito. Ufa! Quanta
coisa mudou, quanta coisa aconteceu, quanta coisa realizei, quanta coisa deixei
de realizar – graças a Deus, não era mesmo o melhor.
Com o passar dos anos vamos
percebendo que boa parte dos nossos desejos são meramente superficiais e por
puro egoísmo nos vemos debruçados sobre coisas ilusórias. Temos tanto para
evoluir... Mas o que me afaga é perceber que não sou mais a mesma, que sou uma
pessoa melhor e que nunca mais voltarei ao estágio evolutivo de ontem. Travo
uma luta diária comigo mesma hoje e em todos os dias da minha vida, tropeço,
caio, sento, levanto. Sigo tirando e pulando todas as pedras do caminho, feito o
Drummond.
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