Resenha | A Menina Submersa, de Caitlín R. Kiernan

Olá, pessoal, tudo bem?

Sei que a maior parte das atualizações têm ocorrido no canal, mas a ideia é que a partir de hoje tenhamos além da resenha em vídeo uma escrita aqui no blog também (eba!). O que acham da ideia? E pra começar quero avisá-los que acabou de ir ao ar no Nina & Suas Letras uma vídeo resenha do livro "A Menina Submersa", da autora de ficção científica e fantasia dark, que também é paleontóloga, e nasceu na Irlanda: Caitlín R. Kiernan. Vem conferir:

INFORMAÇÕES:
 
Título: A Menina Submersa
Título original em inglês: The Drowning Girl
Tradução: Ana Resende e Carolina Caires Coelho
Editora: DarkSide
Ano: 2014
Número de páginas: 320
Gênero: Literatura americana | Ficção | Fantasia
ISBN: 978-85-66636-53-6 


A narrativa de "A Menina Submersa" é em primeira pessoa, realizada pela India Morgan Phelps, mais conhecida como Imp. A personagem sofre de esquizofrenia desorganizada e depois de alguns testes o diagnóstico muda para esquizofrenia paranóica. Na obra citada Imp está escrevendo suas memórias, logo, o livro acaba sendo uma espécie de diário para a garota, além de a narrativa ser não linear, ou seja, ora estamos no presente, ora no passado. India menciona que o livro é uma tentativa de contar histórias de fantasmas, mas talvez seja mais que isso. Acabamos entrando na mente da personagem mais do que qualquer outra coisa e esse entrar na mente é o ponto mais intenso da experiência de leitura.

Imp diz para nós leitores não acreditarmos em tudo o que é narrado. Vejam o "aviso" deixado na página 18:

Parecia justo ir até a parte sobre ser louca antes de qualquer coisa, como um aviso; portanto, se alguém chegar a ler isto, saberá que não deve acreditar piamente em tudo.

O tempo todo eu me perguntava se aquelas histórias eram reais ou apenas fruto da imaginação da garota. Outro fator importante é o histórico familiar de India: a mãe e a avó tinham problemas psicológicos e se suicidaram; o pai foi embora quando ela tinha dez anos. Percebi que há na narrativa uma mistura de sentimentos, como raiva e até mesmo uma espécie de "aceitação" da loucura pelos casos familiares.

A história começa de fato quando a personagem encontra uma mulher nua, no meio da estrada, à noite. Imp dá carona para ela - Eva - e a leva para casa, então a obsessão começa. Ressalto que a fixação é algo que faz parte da vida da garota desde a infância e a acompanha por toda a vida.

Sobre a minha experiência eu confesso só ter entrado realmente na história a partir da centésima página porque só aí é que de fato me propus a entrar no jogo e na mente dessa personagem esquizofrênica. Percebo que esse livro traz um desconforto para o leitor por "n" motivos. A narrativa não é fácil e fluída, muito pelo contrário; é densa, arrastada, mas necessária - se é que vocês me entendem.

Aqui temos um thriller psicológico com muitas referências a filmes, músicas, autores, etc, além de discussões acerca de esquizofrenia, questões de gênero, loucura, fantasia, enfim, não é uma narrativa para todo mundo (no vídeo eu explico essa expressão), mas que todos deviam dar uma chance. Você não tem como ser o mesmo depois dessa leitura, sério! Uma das coisas mais geniais que li esse ano. Concluí a leitura há uma semana e ainda estou em processo de digestão.

Espero que vocês tenham gostado. Um beijo e até logo!

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