31 de julho de 2011

Algumas delas


Que vontade
de escrever
sobre a grama verde e molhada dos jardins.

sobre a inspiração das músicas.

sobre a minha essência
a minha infância.

sobre os traços.

sobre a paciência [e a ausência dela].

sobre as idades -a que verdadeiramente temos e a que o calendário nos dá-

sobre a regra e a exceção.

E depois,
colocar tudo em potinhos de sonhos,
observar
e me sentir mais segura [ou pelo menos achar que estou tentar].

by Nina
(imagem: google)

23 de julho de 2011

CONFESSO! [bilhete 1]

Sabe, Clarice, ontem pela noite eu estava a assistir aquela telenovela das oito. Julguei tanto a atitude daquela mulher. Eu gritei, apontei, cuspi na alma dela. Mas hoje à tarde eu compreendi toda aquela raiva. Confesso que julguei porque via nela um reflexo de mim. Em cada atitude, em cada gesto, em cada olhar. Eu me enxerguei nela, entende? Eu me via alí, no lugar dela. Muito mais fácil é julgar, admitir a fraqueza é tão doloroso, não é, Clarice?


by Nina

3 de julho de 2011

Do luxo ao lixo

Hoje eu acordei com uma vontade gigante de observar as cores. Resolvi caminhar um pouco, mas a cidade amanheceu um tanto que cinzenta. Vi dezenas de cérebros espalhados na calçada. Que desperdício de gente, pensei. Eu queria juntá-los e tirá-los de lá. Talvez um bar, um lar, ou qualquer outro lugar.
Mas e os livros? E o Machado? E a academia? E o carro novo? Não sei, não não sei onde estão. Acho que se perderam em meio a tudo isso. É que tudo o que sinto e que vivo é assim: sem freio. Sabe? Será que eu posso cristalizar essas sensações presas em minhas entranhas?

by Nina
[imagem retirada da internet]